sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Uma análise Existencialista da obra “O Estrangeiro”



O livro “O Estrangeiro” de Albert Camus pode ser considerada uma obra plena de significado existencialista debruçado em muitos aspectos sobre o pensador Jean Paul Sartre, isto por que no delinear da obra Camus desenvolve traços desta corrente filosófica que deixam claro esta raiz idealizadora apesar de Albert negar ser um existencialista.

Logo no inicio do livro, Camus, torna evidente sua tendência existencialista. Percebe-se isso facilmente quando Meursault, principal personagem da obra recebe um telegrama com a noticia da morte de sua mãe, mas sua quase total indiferença emocional diante do fato deixa evidente logo de inicio o pensamento existencialista. Meursault diante dos fatos que vão sucedendo tragicamente em sua vida reage de forma pacifica, os acontecimentos praticamente não o abalam emocionalmente, fato que a maioria dos pensadores existencialistas dão grande respaldo, pois para os mesmos, é um dos mais excelentes conceitos; a percepção do absurdo e o sobressalto de sua aceitação, mas ao longo do livro Camus desenvolve vários outros conceitos desta linha filosófica que veremos a frente.

Jean Paul Sartre é ateu e por ventura Mursault também, nesta parte como concede Sartre, o ser humano, não deve medir suas ações por medo de punição divina, da mesma forma que age Meursault, pois ao ser interrogado em uma investigação, por um assassinato que cometera, apesar da insistência do Juiz em pedi-lo que se arrependesse e se convertesse ao cristianismo, Meursault afirma que não se arrepende de ter feito e não se converterá, ou seja além de não temer a Deus manifesta outra singularidade existencial; uma vez não existindo Deus, não há nada que pré determine a natureza do homem, sendo assim o próprio homem construtor de seus parâmetros e seu futuro, não havendo assim um objetivo em si para em fazer o bem (entende-se então porque Meursault não se importara em ter cometido um assassinato) já que a vida termina por si mesma.

Ainda o que acentua o existencialismo na obra “O Estrangeiro” é a reação do personagem principal após ser preso, que acaba por se adaptar ao ambiente hostil, é como se nada daquilo importasse, reafirmando assim a visão de conformismo com o que é tomado por absurdo pela maioria da sociedade, mas por não haver uma natureza ou uma predestinação, viver sobre qualquer realidade, para Meursault na verdade, era o que devia se tornar natural.

É possível perceber ainda diversos traços no personagem criado por Camus que demonstram evidencias desta corrente filosófica segundo Jean, mas identifica-se um dos pensamentos principais da corrente, descrito tanto no final da obra pela sua condenação a pena de morte como também detalhes nas primeiras paginas a morte de sua mãe, a esta concepção de morte, ora, Meursault se quer ficou ansioso pelo resultado do julgamento, o personagem chega até a distrair-se em alguns momentos do mesmo, além do que logo nas ultimas paginas ao invés de ficar depressivo com a idéia da morte chega até a ironizar que seria melhor para diminuir sua solidão se tivessem muitos espectadores na platéia e que o recebessem com gritos de ódio no instante de sua execução.

Por tanto, fica explicitado o existencialismo na obra “O Estrangeiro”; assim como vive Meursault, Jean Paul Sartre teoriza, pois ambos demonstram o sentido do existencialismo em que existir é viver o hoje sem esperar um amanhã, a morte é incerta e o inicio do não existir, assim só o que deve importar para um e para outro é existir hoje em plenitude.



Um comentário:

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